Mesmo diante de um rombo de R$ 3,2 bilhões, alta cúpula dos Correios reajusta salários; decisão gera críticas e reacende debate sobre privatização

Em meio a um prejuízo histórico de R$ 3,2 bilhões em 2024, a direção dos Correios autorizou o aumento salarial de sua cúpula, incluindo o presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos. O dirigente teve o salário reajustado duas vezes desde 2023, saltando de R$ 46.727,77 para R$ 53.300,00 mensais, além de contar com benefícios como auxílio-moradia e ajuda de custo.

A justificativa oficial da empresa foi a recomposição salarial com base no IPCA de 2023 (4,62%). No entanto, o crescimento dos gastos com a alta gestão superou a inflação: entre 2022 e 2023, a despesa com dirigentes aumentou 38%, passando de R$ 5,9 milhões para R$ 8,1 milhões.

Enquanto isso, a estatal enfrenta sérias dificuldades financeiras. A queda nas receitas, aliada ao aumento de despesas com precatórios, levou a empresa a anunciar medidas como redução de jornada, cortes salariais e programas de demissão voluntária para os funcionários.

A decisão de reajustar os salários da diretoria em plena crise gerou críticas e reabriu o debate sobre a necessidade de reestruturação ou até mesmo privatização dos Correios , pauta que voltou à tona diante da má gestão e da ineficiência operacional da empresa.