Lula planta uva enquanto população paga a conta
Entre gestos simbólicos e vídeos nas redes, brasileiros enfrentam tarifas e inflação sem respostas concretas do governo
Por Yasmim Borges
No jardim do Palácio da Alvorada, o presidente Lula decidiu plantar uma muda de uva Vitória e aproveitou para enviar uma mensagem a Donald Trump: “plantamos comida, não ódio”. A cena, com o presidente sujo de terra e cercado de câmeras, mais parece uma produção pensada para viralizar nas redes sociais do que uma ação concreta para enfrentar os desafios econômicos do país.
Enquanto Lula coleciona aplausos virtuais, o cidadão brasileiro segue lidando com tarifas internacionais, inflação e aumento no preço dos alimentos. A uva Vitória, sem sementes e originária do Vale do São Francisco, será destinada à merenda escolar caso a exportação para os EUA não dê certo. Uma medida positiva, mas que pouco altera a vida de quem sente no bolso o peso da economia. É como se o Brasil estivesse sendo usado como palco para uma criança birrenta: mostrando força e fazendo pose, enquanto o povo paga a conta.
O presidente ainda convidou Trump a conhecer o “Brasil verdadeiro”, exaltando futebol, samba e carnaval. A ironia é que esse “Brasil verdadeiro” parece existir mais nas fotos e vídeos do Palácio do que na vida de quem enfrenta desemprego e alta de preços diariamente. Entre plantar uvas e plantar promessas, os frutos colhidos são da população e nem sempre doces.
No fim, um pé de uva plantado rende boas imagens e simbolismo, mas não substitui políticas econômicas sólidas e ações concretas. Se cada gesto simbólico viesse acompanhado de soluções reais, talvez o país visse resultados de verdade.