Defesa rebate Moraes e denuncia nova perseguição política
Bolsonaro contesta acusações de fuga e pede revisão da prisão domiciliar
Por Yasmim Borges
Mais uma vez, o ministro Alexandre de Moraes volta os holofotes contra Jair Bolsonaro, agora com a acusação de descumprimento de medidas cautelares. A defesa do ex-presidente reagiu de forma contundente, apontando que não há qualquer prova de tentativa de fuga e que o chamado “rascunho de asilo à Argentina” é apenas um documento sem valor jurídico, elaborado antes da prisão domiciliar e jamais colocado em prática.
No texto enviado ao Supremo, os advogados classificam o relatório da Polícia Federal como uma peça política, construída para manchar a imagem de Bolsonaro e criar manchetes. Conversas privadas com familiares, divergências pessoais e até uma mensagem solta recebida de Braga Neto foram tratadas como indícios de crime. A defesa ironiza: transformar diálogos banais em acusação é “esticar a lei até o ridículo”.
Bolsonaro, lembram os advogados, cumpriu integralmente as medidas impostas: usou tornozeleira, manteve endereço fixo e compareceu a todos os atos. Nunca houve fuga, nunca houve desobediência. O que existe, segundo a defesa, é uma sequência de interpretações forçadas para justificar um espetáculo político.
O episódio expõe o clima de perseguição: para aliados de Bolsonaro, Moraes parece repetir a estratégia de inflar suspeitas para manter o ex-presidente sob ataque constante. A defesa pede a revisão da prisão domiciliar e questiona até onde vai a elasticidade da Justiça usada para tentar calar um líder político que, mesmo fora do cargo, continua sendo alvo de narrativas forçadas.