Venezuela reforça fronteira em meio a acusações dos EUA
Governo de Maduro mobiliza agentes e voluntários; Washington fala em combate ao narcotráfico
O governo da Venezuela anunciou o envio de 15 mil agentes de segurança para a região de fronteira com a Colômbia em uma operação classificada como antidrogas. Segundo Caracas, a iniciativa busca desarticular laboratórios clandestinos, pistas de pouso ilegais e redes de contrabando ligadas ao narcotráfico regional.
O anúncio ocorre no mesmo momento em que os Estados Unidos reforçam acusações contra o presidente Nicolás Maduro. De acordo com autoridades norte-americanas, o líder estaria envolvido em um esquema internacional de tráfico de drogas, conhecido como “cartel de Loiçoles”. Washington deslocou três destroyers para o Caribe, com autorização para interceptar embarcações suspeitas, e ofereceu recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à captura de Maduro.
Em pronunciamento pela TV estatal, Maduro classificou os movimentos militares dos EUA como “ameaça de invasão” e convocou voluntários para se alistarem nas milícias civis armadas, que, segundo o governo, já contam com milhões de integrantes. Também determinou a proibição de drones no espaço aéreo, alegando risco de ataques semelhantes ao ocorrido em 2018, quando explosivos quase atingiram um evento oficial em Caracas.
Autoridades colombianas reagiram com cautela e apontaram que o regime venezuelano, apesar de anunciar operações, manteria tolerância ou até apoio a determinados grupos armados em troca de benefícios políticos e financeiros.