Maduro usa símbolos indígenas em atos públicos
Gestos simbólicos do regime contrastam com a realidade das comunidades indígenas na Venezuela
Por Yasmim Borges
Nicolás Maduro voltou a utilizar símbolos indígenas em atos públicos, aparecendo com arco e flecha durante o Dia da Resistência Indígena em Caracas. O gesto carrega simbolismo e reforça sua narrativa de resistência diante de críticas internas e pressões internacionais.
No entanto, a realidade das comunidades originárias da Venezuela é bem diferente do discurso oficial. Povos como os Pemón e os Yanomami enfrentam abandono, conflitos territoriais e violações de direitos em áreas de mineração e proteção ambiental. Denúncias de deslocamentos forçados e repressão por parte do próprio Estado mostram o distanciamento entre a narrativa do governo e a vida cotidiana dessas populações.
Analistas apontam que o uso simbólico de elementos culturais indígenas funciona como ferramenta de comunicação do governo, projetando uma imagem de defensor dos povos tradicionais, enquanto os desafios estruturais dessas comunidades permanecem sem solução.
Em meio à crise humanitária, econômica e social, a utilização de gestos simbólicos pelo governo evidencia a distância entre discurso oficial e realidade vivida pelos povos indígenas.

