Detecção precoce salva vidas no combate ao câncer de próstata

Publicado em: 19/11/2025 19:07

Urologista reforça no DF que rastreamento e conscientização são cruciais para garantir cura acima de 90%

Em evento promovido no Distrito Federal, o urologista Bruno Pinheiro Silva, chefe do Serviço de Urologia do Hospital de Base do Distrito Federal e membro da Sociedade Brasileira de Urologia, enfatizou que a detecção precoce é a principal arma no enfrentamento do câncer de próstata, o tumor mais frequentemente diagnosticado entre homens no Brasil. O alerta foi feito durante uma palestra realizada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) no âmbito da campanha Novembro Azul, que busca promover a saúde masculina.

O especialista apresentou dados recentes, destacando estimativas de 71.730 novos casos no país para o período 2023 a 2025 e uma média de 48 mortes por dia em 2024, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ele alertou que, se nada for feito, a projeção indica que os diagnósticos anuais possam chegar a cerca de 140 mil até 2040.

Bruno Pinheiro ressaltou que, quando o câncer de próstata é identificado em estágio inicial, as chances de cura podem ultrapassar 90%. Contudo, no Brasil cerca de 60% dos casos ainda são diagnosticados tardiamente, reduzindo drasticamente os índices de sucesso e exigindo tratamentos mais agressivos, com efeitos colaterais maiores.

O rastreamento recomendado envolve dois exames complementares: a mensuração do antígeno prostático específico (PSA), feito por exame de sangue, e o toque retal. O especialista alertou que atividades como andar de bicicleta, montar a cavalo, pilotar motocicleta, praticar atividade sexual ou fazer exercícios intensos antes da coleta do PSA podem alterar os resultados e comprometer a avaliação.

Entre os fatores de risco estão idade acima de 50 anos, histórico familiar, obesidade e raça negra, que apresenta maior probabilidade de desenvolver tumores mais agressivos. Nesse contexto, o Distrito Federal apresenta uma das menores taxas de incidência do país, enquanto estados como a Bahia lideram em proporção de casos.

Bruno Pinheiro destacou que a doença costuma ser silenciosa nas fases iniciais, e muitos homens só percebem sintomas quando a enfermidade já está avançada. Os sinais possíveis incluem dificuldade ou dor para urinar, jato fraco, aumento da frequência miccional noturna, sangue na urina ou no sêmen, dor óssea ou fraqueza nas pernas. Por isso, a recomendação é que homens realizem exames mesmo na ausência de sintomas.

O especialista concluiu com um apelo: “Precisamos quebrar o tabu sobre o câncer de próstata. Homens, cuidem-se. E mulheres, continuem nos ajudando a cuidar.” Ele reforçou que hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, manutenção do peso corporal e evitar tabaco ou consumo excessivo de álcool, podem reduzir a agressividade da doença, embora não substituam o rastreamento médico.

Compartilhar

Faça um comentário