EUA lançam operação militar contra narcotráfico
Ação anunciada pelo governo Trump promete ampliar presença militar na América Latina para enfrentar grupos classificados como “narcoterroristas”
O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta semana, o início da Operação Lança do Sul, uma ação militar de grande escala voltada ao combate do narcotráfico na América Latina. A ofensiva, divulgada pelo secretário de Guerra Pete Hegseth, marca uma nova etapa da estratégia de segurança adotada pelo presidente Donald Trump, que voltou a reforçar o discurso de enfrentamento direto a grupos criminosos que atuam na região.
Em publicação nas redes sociais, Hegseth afirmou que o objetivo é “defender a pátria, remover narcoterroristas do hemisfério e proteger os americanos das drogas que matam nosso povo”. O tom duro, característico da atual gestão, vem acompanhado de movimentos concretos: navios de guerra, aeronaves e unidades especializadas do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM) já foram mobilizados para reforçar a presença militar em pontos estratégicos do continente.
A operação será conduzida pela Força-Tarefa Conjunta Southern Spear, braço operacional designado para coordenar ações de inteligência, vigilância e interceptação marítima e aérea. Apesar disso, o governo norte-americano ainda não detalhou quais países ou territórios serão palco das primeiras ações, limitando-se a dizer que atuará “onde houver ameaças ao povo americano”. Nos bastidores, analistas apontam que áreas de alta circulação de drogas, especialmente próximas à costa venezuelana e rotas marítimas do Caribe, devem receber atenção imediata.
O anúncio reacende debates sobre a atuação dos EUA na região e a possível reação dos governos sul-americanos. Especialistas em segurança internacional destacam que operações desse porte costumam gerar tensões diplomáticas, sobretudo quando envolvem vigilância e movimentação militar próxima a fronteiras sensíveis. Ainda assim, Washington tem afirmado que a missão será executada “em defesa do hemisfério ocidental”, reforçando a narrativa de proteção regional.
Enquanto os detalhes operacionais seguem sob sigilo, militares norte-americanos começaram a reposicionar unidades estratégicas, incluindo o porta-aviões USS Gerald R. Ford, que já havia sido enviado anteriormente para áreas próximas da América do Sul. O movimento indica que a ofensiva deve ter caráter contínuo e envolver diferentes frentes de atuação, como monitoramento aéreo, abordagens navais e cooperação com agências antidrogas.
Para o governo Trump, a Operação Lança do Sul é apresentada como um marco na retomada de uma política de segurança mais agressiva, com a promessa de desarticular redes criminosas transnacionais. Resta saber como os países latino-americanos reagirão ao avanço militar dos EUA e quais impactos essa nova ofensiva terá nas dinâmicas regionais.

