Tagliaferro relata monitoramento político e abuso em operações contra empresários

Em depoimento à Comissão de Segurança Pública do Senado, o ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, fez acusações que reacendem o debate sobre a atuação do Judiciário nas eleições recentes. Falando por videoconferência da Itália, onde reside desde que virou alvo da Polícia Federal, ele declarou que o gabinete de combate às fake news no TSE funcionava com motivações políticas.

Segundo Tagliaferro, o monitoramento de redes sociais visava enfraquecer grupos de direita e favorecer adversários, contando com a participação de universidades e de servidores ligados à comunicação institucional. Ele citou ainda pressões internas para agilizar relatórios sem seguir os trâmites adequados, mencionando nomes de pessoas ligadas a figuras influentes da imprensa e do tribunal.

Entre as denúncias mais graves, está a de que operações contra empresários simpatizantes de Jair Bolsonaro, em agosto de 2022, teriam sido determinadas apenas com base em uma reportagem jornalística, sem provas consistentes. De acordo com ele, documentos foram produzidos depois das ações, apenas para sustentar juridicamente medidas já executadas.

O ex-assessor descreveu o que chamou de “gabinete paralelo”, responsável por decisões que, em sua visão, atropelavam normas legais e criavam um ambiente de perseguição política. As declarações agora devem ser analisadas pelos senadores, que estudam encaminhar o caso a órgãos de controle e fiscalização.