Gaza: fome leva civis à morte em busca de ajuda
Mortes aumentam em meio a bloqueios e sistema de ajuda militarizado, enquanto população enfrenta risco extremo para conseguir comida
Por: Ester Magalhães
Em Gaza, a busca desesperada por alimentos se tornou uma sentença de morte para muitos civis. Segundo o Ministério da Saúde local, pelo menos 51 pessoas foram mortas por forças israelenses nesta quinta-feira (19), enquanto tentavam acessar áreas de distribuição de ajuda humanitária. O cenário se repete: multidões famintas enfrentam tiros, explosões e longas caminhadas entre escombros na esperança de conseguir algo para comer.
A distribuição de suprimentos está sob controle da Gaza Humanitarian Foundation (GHF), ligada ao Exército israelense. Organizações como a ONU e o Programa Mundial de Alimentos criticam duramente o modelo, por colocar civis em risco e limitar o acesso a pontos neutros.
Com mais de 55 mil mortos desde o início da guerra, e mais de um milhão de deslocados internos, a população vive entre a fome e o medo. Crianças e mulheres são maioria entre os que se arriscam. “Se voltamos com comida, é um milagre. Se não voltamos, pode ser o fim”, relata uma jovem sobrevivente.
O colapso humanitário exige ação urgente da comunidade internacional, enquanto a escalada de mortes expõe o fracasso dos atuais mecanismos de socorro.