Pedido ao STF para suspender processos e usar crédito extraordinário revela manobra que compromete a transparência e a justiça social

Por Yasmim Borges

O pedido de Lula ao STF para suspender todas as ações movidas por aposentados e pensionistas vítimas da fraude do INSS é, no mínimo, preocupante. São milhares de brasileiros que buscaram na Justiça a reparação por perdas que afetaram sua dignidade e sustento. Em vez de garantir o direito desses idosos, o governo tenta frear os processos e optar por um crédito orçamentário extraordinário que, ao fugir das metas fiscais, camufla o verdadeiro impacto financeiro.

Esse movimento cria um perigoso precedente: a administração pública, em vez de transparência, escolhe a manobra para adiar o pagamento e limitar a atuação do Judiciário. A consequência? Um aumento na insatisfação popular, refletida nas recentes pesquisas, e uma demonstração clara de que o compromisso com os mais vulneráveis está longe de ser prioridade.

Além disso, a tentativa de sobrepor o Executivo ao Legislativo no controle orçamentário ameaça o equilíbrio democrático e a fiscalização dos gastos públicos. É fundamental que o Estado respeite as instituições e, sobretudo, os direitos daqueles que dedicaram a vida ao trabalho e hoje dependem da aposentadoria para sobreviver. Negar justiça a quem foi lesado não pode ser parte da agenda de governo.