Lula volta a atacar os EUA e defende Maduro em discurso na Colômbia
Em evento do Foro de São Paulo, presidente adota tom ideológico e causa mal-estar diplomático ao criticar supostas “ameaças militares” americanas contra a Venezuela
Por Yasmim Borges
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a transformar um evento internacional em palanque ideológico. Durante a Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada na Colômbia, Lula condenou o que chamou de “ameaça do uso da força militar” na América Latina referência clara à tensão entre Estados Unidos e Venezuela. O discurso, mais uma vez, coloca o Brasil na contramão da diplomacia equilibrada e reforça a imagem de um governo que insiste em proteger ditaduras amigas em nome de uma falsa defesa da soberania regional.
Enquanto líderes mundiais buscam soluções práticas para o comércio, a segurança e o meio ambiente, o presidente brasileiro prefere repetir o velho discurso do Foro de São Paulo, onde governos autoritários e regimes falidos se amparam sob o pretexto da “autodeterminação dos povos”. Lula fala em soberania, mas ignora que o povo venezuelano vive há anos sem liberdade, sem eleições transparentes e com milhares de cidadãos fugindo da fome e da repressão do regime de Nicolás Maduro um governo acusado pelos próprios Estados Unidos de comandar um cartel de narcotráfico.
Ao atacar Washington, Lula não apenas reforça um alinhamento ideológico ultrapassado, como também afasta o Brasil de potenciais acordos econômicos com o maior parceiro comercial do Ocidente. Em vez de tratar de temas concretos como tarifas, exportações e geração de empregos, o presidente prefere discursos populistas que ecoam entre militantes, mas soam vazios para quem precisa de crescimento e estabilidade.
A verdade é que Lula parece mais preocupado em agradar velhos companheiros políticos do que em defender o interesse nacional. Sua retórica antiamericana não traz nenhum ganho ao país, apenas instabilidade diplomática e desconfiança. Ao blindar Maduro e atacar democracias consolidadas, o presidente reafirma um projeto político que ignora as liberdades e prefere os palanques às soluções. E, mais uma vez, o preço dessa postura ideológica quem paga é o povo brasileiro.

