O retorno dos velhos conhecidos da corrupção

Publicado em: 28/10/2025 14:43

Gim Argello, Arruda e companhia tentam vender a imagem de redenção, mas a história recente do DF fala mais alto que seus discursos

Por Yasmim Borges 

A política brasiliense parece um filme repetido, e dos ruins. A cada eleição, os mesmos rostos manchados pela corrupção reaparecem tentando convencer o eleitor de que agora são “novos”. A mais nova tentativa vem da chamada “República dos Condenados”, um grupo que inclui o ex-senador Gim Argello, o ex-governador José Roberto Arruda, o ex-governador Agnelo Queiroz e o ex-deputado Júnior Brunelli. Todos com passagens nada honrosas pela Justiça e todos com a mesma ambição: voltar ao poder em 2026.

Gim Argello, condenado na Lava Jato a 19 anos de prisão por embolsar milhões em propina de empreiteiras, quer ressurgir como se nada tivesse acontecido. Teve sua sentença anulada em 2022 e agora posa de homem injustiçado. Já Arruda, o rosto mais emblemático do escândalo do “Mensalão do DEM”, tenta reescrever sua biografia apagando da memória do eleitor o vídeo em que aparece recebendo uma sacola de dinheiro. Como se a internet e a consciência pública também prescrevessem.

Agnelo Queiroz, lembrado pelo superfaturamento bilionário do Estádio Mané Garrincha, e Júnior Brunelli, famoso pela “oração da propina”, completam o quarteto da velha política. Todos eles parecem acreditar que basta vestir o figurino da humildade e falar em “nova chance” para merecer o perdão do eleitor.

Mas a democracia não é sinônimo de esquecimento. O povo do Distrito Federal merece mais do que líderes reciclados e arrependimentos fabricados. O que está em jogo não é apenas o futuro de uma eleição, e sim o valor da memória coletiva. Porque, se o eleitor continuar aceitando o retorno dos mesmos condenados de sempre, a capital da República corre o risco de se tornar novamente a capital da impunidade.

Compartilhar

Faça um comentário