Mesmo com apoio de 41 senadores, Alcolumbre mantém processo parado

Por: Ester Magalhães

A mobilização pela abertura do impeachment de Alexandre de Moraes alcançou um marco histórico no Senado. Em apenas dois dias, a oposição conquistou 41 assinaturas maioria simples suficiente para afastar o ministro por até 180 dias, caso a admissibilidade fosse aprovada. O movimento, marcado por quase 48 horas de ocupação da Mesa Diretora, mostrou força e apoio político.

No entanto, o avanço esbarra na resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que afirmou, em tom de desafio, que não pautará o processo “nem com 81 assinaturas”. A declaração soa como afronta à vontade expressa por quase metade da Casa e à expectativa de milhões de brasileiros que exigem responsabilização e equilíbrio entre os Poderes.

A oposição considera o resultado uma vitória simbólica e garante que a pressão continuará até que a maioria se imponha. O que está em jogo vai além do afastamento de um ministro: é o respeito às regras do jogo democrático. Blindar Moraes contra a análise do plenário é negar ao Senado o direito de decidir, enfraquecendo a representatividade e ferindo o princípio de que ninguém está acima da lei.