Durante visita histórica, o presidente americano reforçou apoio a Israel, destacou o “patriotismo excepcional” de Netanyahu e celebrou o início de um novo acordo de cessar-fogo no Oriente Médio

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi recebido com aplausos de pé no Parlamento de Israel nesta terça-feira (14). A visita, marcada por um discurso enérgico e repleto de simbolismos, reforçou o vínculo entre Washington e Tel Aviv em meio à retomada de negociações de paz no Oriente Médio.

Trump foi ovacionado por parlamentares israelenses ao elogiar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a quem chamou de “patriota excepcional e amigo da liberdade”. O líder americano também destacou que “um novo tempo está começando”, em referência ao cessar-fogo firmado entre Israel e o grupo Hamas, mediado por Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia.

O acordo, baseado em um plano de 20 pontos proposto por Trump, prevê a libertação de reféns israelenses em troca da soltura de prisioneiros palestinos. Até o momento, 20 reféns foram libertados pelo Hamas sete pela manhã e 13 à tarde e 1.968 prisioneiros palestinos já deixaram as prisões israelenses. Apesar dos avanços, 24 reféns continuam desaparecidos.

Durante a cerimônia, Netanyahu agradeceu publicamente o apoio americano e classificou Trump como “o maior amigo que o Estado de Israel já teve na Casa Branca”. O discurso do republicano, que durou mais de uma hora, também destacou a necessidade de equilíbrio entre força e diplomacia. “Paz através da força”, afirmou, relembrando o lema de Ronald Reagan, uma de suas principais inspirações políticas.

A celebração em Israel ocorre quase dois anos após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, que deixaram centenas de mortos e reacenderam o conflito entre Israel e Hamas. O cessar-fogo atual representa o primeiro passo concreto em direção à estabilidade desde então, embora analistas alertem que a paz definitiva ainda está distante.

Trump, no entanto, manteve um tom otimista. “Estamos cansados de guerras. O mundo está cansado de guerras. É hora de reconstruir”, declarou. Ele também fez questão de reconhecer o papel do secretário de Estado, Marco Rubio, e de assessores próximos que participaram das negociações. “Eles entrarão para a história como arquitetos da paz moderna”, afirmou.

Mesmo com as críticas da oposição, que vê o acordo como frágil, a cena no Parlamento israelense com aplausos, bandeiras e cânticos consolidou a imagem de Trump como um dos principais articuladores do novo ciclo diplomático no Oriente Médio.