Com tarifas de 50%, Trump desafia postura de neutralidade de Lula e obriga governo brasileiro a se posicionar

Por : Ester Magalhães

A decisão de Donald Trump de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros não é apenas econômica, é política. O alvo claro da medida é o governo Lula, cuja postura de neutralidade em conflitos internacionais tem sido interpretada como conivente com regimes autoritários, como o da Rússia. A retaliação americana visa justamente esse alinhamento tímido, quase sempre ambíguo, do Brasil em temas geopolíticos relevantes.

Lula tenta se equilibrar entre o discurso de independência diplomática e uma prática que, na visão de muitos, enfraquece a imagem do país no cenário global. Ao evitar um posicionamento firme, o presidente permite que o Brasil seja colocado contra a parede por potências como os EUA.

Enquanto isso, figuras da oposição, como Jair Bolsonaro, ganham espaço no debate ao reforçar a importância de uma aliança estratégica com os Estados Unidos e de um posicionamento claro em defesa da democracia e do livre mercado. A crise escancarada por Trump pode ser, paradoxalmente, um alerta necessário: em tempos de alianças frágeis e interesses cruzados, a omissão custa caro.